APRESENTAÇÃO
Esse é um resumo do trabalho apresentado por Kelmer Jose Gujanwski na UFLA(UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS,MG)no departamento de Entomologia, em Março de 2007 para obtenção do Título de ESPECIALISTA EM MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS E RECEITUÁRIO AGRONÔMICO.
HISTÓRICO
O Estado do Espírito Santo, mais precisamente na região Norte do Estado, tem como base agrícola a cultura do café Conilon. Diversas são as pragas e doenças que influenciam negativamente na produtividade dessa cultura, no entanto, desde 1988, uma praga, que somente em 2005 foi identificada com precisão e que ataca as rosetas do cafeeiro Conilon, a Cochonilha Branca Planococcus citri (Risso, 1813) (Hemiptera: Pseudococcidae), vem causando fortes prejuízos aos produtores dessa região, principalmente em virtude das inúmeras dúvidas por parte dos técnicos, tanto da iniciativa pública ou privada, da melhor maneira de controlar essa praga de forma eficaz e econômica.
COCHONILHAS
São pequenos artrópodes sugadores de seiva e geralmente iniciam seu ataque em reboleiras, quando não controlados, podem disseminar-se por toda a lavoura. Os prejuízos são consideráveis, haja vista a quantidade de seiva que extraem continuamente para sua alimentação, ocasionando o depauperamento da planta, dependendo da infestação, pode ocasionar à morte da mesma (Costa et al., 1995).
As cochonilhas expelem ainda um líquido açucarado que, caindo sobre as folhas, serve de alimento e desenvolvimento de um fungo de coloração preta, denominado fumagina, que dificulta a respiração e a fotossíntese da planta. Esse líquido excretado, também conhecido como honeydew, atrai para o local formigas que, além de protegerem esse artrópode dos seus inimigos naturais, contribuem para a disseminação da fumagina e da própria praga na planta (Gallo et al., 1988).
Cochonilha Branca - Planococcus citri (Risso, 1813) (Hemiptera: Pseudococcidae)
Essa praga que vem causando prejuízos nas lavouras de café conilon no norte do Estado do Espírito Santo. Por ser uma praga recentemente identificada, só a partir do ano de 1988 têm-se registros de prejuízos maiores (Fornazier et al., 2005).
As fêmeas são ovais, com 3 a 5 mm de comprimento, possuindo, as formas jovens, coloração rosada e o adulto castanho amarelo. Caracteriza-se por apresentar lateralmente, dezessete apêndices de cada lado, de coloração branca, e mais dois apêndices terminais, maiores que os laterais. Localizam-se nos ramos mais novos, folhas e botões florais.
Preferencialmente encontram-se na roseta entre os frutos, daí a denominação cochonilha da roseta do café Conilon. Secretam uma substância lanuginosa de coloração branca, que serve para proteger os ovos junto ao corpo do inseto. Tanto as fêmeas adultas como as ninfas movem-se sobre a planta (Costa et al., 1995).
CONTROLE
A pesquisa com relação ao controle dessa praga, aponta para o uso de inseticidas foliares com uma única aplicação no mês de outubro. No entanto, mesmo em anos de baixas condições favoráveis para o desenvolvimento dessa praga, serão necessárias três aplicações com intervalos quinzenais, isso porque esse inseto possui um potencial reprodutivo muito alto que é de (400)³, podendo chegar até a (400)6.
A recomendação de controle é essencialmente preventiva, com um rigoroso sistema de poda que deve ser realizado imediatamente após a colheita, de forma a não deixar nenhum ramo da planta encostada no solo. Após essa poda, deve ser colocado um material absorvente de umidade na base do tronco do cafeeiro, e feito um esguicho com inseticida concentrado repetindo com 60 dias. Esse tratamento proporciona um controle próximo a 100 %, mesmo em anos de alta infestação. Utilizar para esse esquicho Malathion pois é o um fosforado recomendado no controle MIP e registrado para cochonilha em cafeeiros.
Outra forma de controle é a aplicação de inseticidas foliares. Iniciar as pulverizações logo no início do aparecimento dos primeiros sintomas da praga. É necessário que se faça três pulverizações de inseticida alternadas a cada 15 dias . Recomenda-se Malathion 500 Ce na dose de 3,0 lt /ha do p.c., Lorsban 480 BR na dose de 1,5 lt/ ha do p.c.e uma terceira aplicação com Malathion 500 Ce na dose de 3,0 lt/ ha p.c..
